sábado, 31 de outubro de 2009

Querência - Leitura dramática neste sábado (21 de novembro - 17h) na Oswald de Andrade no dramática MUNDO MIX

CLICK NO LINK ABAIXO E ASSISTA PARTE DO ENSAIO DE QUERENCIA - FEITO EM JANEIRO DE 2008 -

QUERÊNCIA
"Querência" um projeto é criado por Raquel Anastásia, Marco Antonio Garbellini, Leandro Siqueira eFrederico Santiago, com base na construção de uma dramaturgia própria e com foco no trabalho de ator. Esse discurso cênico que vem sendo elaborado dentro da sala de ensaio revela uma linguagem áspera, nas relações estabelecidas entre as personagens e seus questionamentos sobre a vida, onde uma Existência é o ponto de partida.

Encontramos dois homens presos, para que um Garantir sua sobrevivência, deixam-se enganar por "promessas" fraudulentas em busca de um trabalho decente, numa sociedade que aproveita a impunidade de crimes contra os direitos humanos, esta sociedade aparentemente fictícia, surgiu da pesquisa que Realizamos sobre o trabalho escravo não em Brasil com base de textos da OIT (Organização Internacional do Trabalho). O texto "Querência" recria a vida de homens separados da vida normal, despertando nenhum espectador a mesma reflexão que inquietou o grupo Teatro dAdversydade, possibilitando assim ampliar seu repertório e tocar num universo árido. Entretanto, a idéia central é a de um Diálogo simbólico com esta realidade, ao invés da reconstrução naturalista destas relações, não tanto dramaturgia quanto no campo da encenação e da construção das personagens.
Nossa proposta é trabalhar livremente, Através de imagens, sensações e atmosferas estabelecidas no texto, traduzidas cenicamente num processo colaborativo entre atores, direção e dramaturgo, abordando a vida de Homens Prisioneiros, entregues à inanição num ambiente adverso, marcados por violência nas relações.
Dentro das dramaturgias teatrais por nós pesquisadas, a poesia ea poética do texto tem Sido uma constante em nossos trabalhos - um caminho que garante um olhar lírico, menos realista, que servem a uma opção estética citada anteriormente.
O vocabulário utilizado no texto foi criado tendão por base o estudo da obra de João Guimarães Rosa. Buscamos neste autor o aprofundamento dos problemas da sondagem que inquietam o ser humano de qualquer lugar e tempo - O Sentido da Vida, a ocorrência do bem e do mal, assim recriarmos para os diálogos e depoimentos Elaborados. Nossa história desenrola-se numa região não especifica, mas reconhecível por nós, num espaço geográfico e temporal que não se demarca por latitudes e longitudes, pelos números nem fazer sotaques ou calendário.
Desde o início do espetáculo os atores já estão em cena.Um dos homens está lendo a bíblia, como um desses grandes centros dos pastores, o outro observa, um afia "Facão" esperando o momento de InterAgir.
O "jogo" entre os atores é assumido e explicitado para o público todo o tempo, sem uma perspectiva ilusionista. O público vê o espaço cênico delimitado onde os atores ficam em situação de confinamento.
Um quadrado de arrame cria o espaço de ação desses homens ea luz, que mais do que iluminar o espaço cria uma sensação de vigilância ao se entrecruzar em Diagonais.

Os figurinos sugerem roupas de trabalhadores braçais.
A partir desse momento, a luz, os sons e as músicas do espetáculo são suaves ou não se ouve absolutamente nada, pois eles estão distantes ou afastados de tudo e de todos. Ainda não é Possível saber se estão realmente longe do olhar da sociedade ou se foi esta que se acostumou um não percebe-los, virando o rosto para o lado ao passar por homens como eles.
Depoimentos --
Sobre Ensaio Aberto que realizamos em janeiro e fevereiro de 2009:
Querência é o lugar onde sempre se retorna. Palavra significativa tanto em português quanto em espanhol, representa uma nostalgia intensa de obsidio um, um lugar no mundo, para sempre perdido. É desse lugar que somos todos, ao mesmo tempo Prisioneiros e estrangeiros. Nesta obra teatral os atores encenam com grande impacto intrasubjetiva uma dialética entre o eterno retorno impossível ea voz e comanda que Conduz o conflito dos supliciados falantes, esmagados entre o impulso de volver limites e os (Neuróticos) que instauraram se para impedi-lo. Mesmo quando este mal-estar social se faz e se torna uma luta mortal ao melhor estilo hegeliano. Um espetáculo que vale a pena por colocar em cena uma tragédia dos heróis solitários em que nos transformamos os humanos, buscando em Deus (hoje, Mercado e Ciência) uma ajuda extrema ea punição infinita, de modo concomitante. Como os Penitentes que se auto-flagelam sob o imperativo das vozes de sereia das "incelenças". Em suma, um Querência é o Princípio de Nirvana: uma volta ao estado inorgânico. E a promessa de Paz.
Por isso recomendo esta Peça teatral.
Arnaldo Domínguez - Lapa, SP, 26 de maio de 2009.
(Psicanalista)
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Assisti os ensaios do Teatro dAdversydade - Querência do espetáculo de Marco Antonio Garbellini com direção de Raquel Anastásia e que após este ensaio aberto e as reflexões que este projeto pude abordar com, onde questões existências são deflagradas com uma série de ações violentas, uma relação onde de dois homens nos salta aos olhos pela total impossibilidade de comunicação e de um total abandono afetivo entre as personagens, denominadas no espetáculo como homem1 e homem2.
A direção de Raquel Anastásia  cria ao mesmo tempo imagens ásperas, violentas e poéticas ea dramaturgia de Garbellini - nos lança num território arido e vasto também carregado de poesia, com odores, soluços eo desespero de homens que foram tirados de suas vidas normais e lançados num arcabouço árido e extremamente cruel, onde são revelados para o espectador sem nenhum artifício seus sonhos suas crenças e seus desesperos.
O teatro com dAdversydade seu Núcleo de Criação: Marco Antonio Garbellini, Leandro Siqueira, Raquel Anastásia e Frederico Santiago, tem pesquisado o que nomeiam como Dramaturgia do Ator onde uma poética ea preocupação estética Aliada ao aspecto humano tem Sido uma constante em seus trabalhos.
André Augusto
Programação Cultural / Sesc Carmo/SP-2009
Sobre o ensaio aberto que assisti na Oficina de Atores Nilton Travesso: Dois homens enclausurados na repetição cotidiana e mecânica de seus gestos. Enquanto um afia sua lâmina de um trabalho, o outro afia o aço de suas palavras, num mantra entorpecente que suspende os personagens para fora do plano de uma Existência naturalista, adentrando-os no espaço-tempo circular e contínuo da fábula. Aos poucos, somos tragados para o interior deste universo hipnótico - de palhetas agrestes evocativas de tios Iauaretês, Diadorins e Riobaldos - levados a testemunhar uma estranha forma de amar que se eles estabelece entre eles. Amor masculino, desesperado e desamparado. Um amor entre brutos, que só encontra sua expressão total através da violência - explicitado pelo embate de músculos e, ao mesmo tempo atravessado pela fé na palavra redentora.
A dramaturgia vigorosa e a atuação visceral de Marco Antonio Garbellini, acompanhado em cena por Lenadro Siqueira, faz de Querência um espetáculo obrigatório, visto que certamente merece ser aplaudido e por plateias mais Amplas.
João Luiz Guimarães - 2009 - Jornalista e Roteirista
Sobre a Querência Dramaturgia:
    Quando iniciamos uma pesquisa dramatúrgica e literária Levantamos uma série de leituras de textos da obra de Shakespeare: Hamlet, Otelo e Macbeth. A pergunta que fazíamos neste período de estudos qual era o tema que iríamos tocar neste projeto. Após ler-mos essas três peças, Percebemos uma inadequação humana, uma luta constante entre o bem eo mal, entre o agir ea impossibilidade de ação, uma violência nas relações. Que todas essas questões humanas e existências não são de hoje os homens que movem sem sentido da criação, nós sabíamos isso. O que mudou de fato? Voltamos a questionar temas que iríamos pesquisar. O que nos levou a ler esses textos e não outros? Após uma série de encontros, onde debatemos e discutimos essas questões, uma Percebemos que era comum fala a questão do abandono nas relações. Então perguntamos qual abandono SOE reveríamos?
Voltamos a pesquisa literária, uma busca por textos que pudessem nortear novamente a nossa fala. Descobrimos um texto chamado Primaveras Perdidas, de Filliph Wandenberg, neste texto encontramos nove homens presos num campo de concentração, o que nos chamava atenção era uma uma relação de dependência e crueldade estabelecidas entre os personagens principais, o estado de abandono em que esses homens se encontravam dentro das relações sociais e humanas.
    Nomeamos esses personagens como homem1 e homem2. Dividimos e nomeamos o texto por situações. Neste momento o que não ficava claro, era porque montar um texto, que trata da vida de soldados presos num campo de concentração. Mesmo assim continuamos nossos encontros para ler, debater e discutir o tema e tratado como situações que com ele Poderíamos levantar.
Levantamos Inúmeras Possibilidades de abordar esta situação, nos dias atuais. Uma que nos chamou a atenção foi o contexto dos Trabalhadores braçais, Vivem em que Condições subumanas em várias Regiões do país. Encontramos um texto da Organização Internacional do Trabalho, nesse texto uma série de depoimentos de trabalhadores, homens e mulheres, mantidos sobre forte esquema de vigilância, em Condições Miseráveis e num regime de humilhação constante, eram relatados. Percebemos nesse texto da O.I.T. - O Lugar onde encontraríamos esses homens; homem1 e homem2.
    Tínhamos um tema após seis meses de pesquisa, encontramos o local, ou seja onde se passava essa situação, mas ainda faltava um desses homens fala.
Não Poderíamos JAF os diálogos que encontrávamos em Primaveras Perdidas, simplesmente porque esses diálogos não caberiam na boca desses homens. Com um quadro mais claro, uma linguagem da pesquisa agora seria outro passo. Nossa pesquisa com trabalhos anteriores poética fez com que decidíssemos começar pela obra do João Guimarães Rosa. O que buscávamos na obra desse autor, era uma linguagem poética e sua fluente. Concentramos-nos em duas obras do autor: Primeiras Estórias e Sagarana. Elegemos algumas falas e estilos de linguagens utilizadas por este autor.
A partir daí trabalhamos cada situação, que já haviamos Levantado num primeiro momento, agora o que nos faltava era traduzir "como" esses homens se portavam falariam o que dentro daquele contexto.
    Finalizada esta primeira etapa da pesquisa dramatúrgica, que envolveu leitura de textos, debates e uma avaliação do caminho que haviamos percorrido. Percebemos que o que buscávamos não era um tema, mas um conteúdo ea maneira que iríamos nos dirigir ao público com ele, uma inadequação humana que atingi o intelecto, o corpo ea alma desses homens.
(FOTOS: RAQUEL Anastasia)



agradeçemos aos parceiros que ajudaram e participaram da nossa pesquisa: RENÉ PIAZENTIN (coordenou estudos da dramaturgia e construção cênica) - FABIO TORRES (pesquisa dramaturgica) - os atores: WELLINGTON VOCCI - ADRIANO BOLSHI e EMERSON ALCAITE (participaram dos exercícios, estudos de textos e criação cênica)

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